quarta-feira, janeiro 08, 2014

3

Os brasileiros são musicais por natureza. Nunca vi povo tão musical. As ruas tocam. As mais agitadas, as mais sertanejas. Ela sempre incompleta, se completa com um pouco de tudo. Com a música não seria diferente. Brasileira que é. Pronúncia, força, colocação. São suas novas regras para hora de cantar. 
Quando para as horas para a hora de cantar.



sexta-feira, novembro 08, 2013

2

     Ela estava sem ventilador então dormia com as janelas abertas. Todos os dias. Nesse calor que é o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, janelas com grades. Abriu os olhos e viu um homem olhando pra ela do terraço do vizinho. O susto, que é pânico pontual. Queria gritar, correr. No mínimo acordar. Claro, não dormia direito a duas noites seguidas afundadas no corrosivo vício. O ocorrido era um pesadelo afundando em outro pesadelo, um coma. Raciocinava em pânico e não conseguia se mover, nem voz tinha. Mente acordada, corpo dormindo. Deslindando, coma. Deve ser assim estar em coma, pensou. Seria a ansiedade dela? Ela não costuma ter problemas pra dormir, dorme que é uma beleza. Mas naquela noite pelejou. Não dormia. Que contradição! Tudo que ela queria há uma hora atrás era dormir e quando conseguiu, queria acordar. Finalmente! Correu em desespero para o banheiro. Seu totem é água gelada na cara. Pra confirmar que não é um pesadelo ainda. Respiração ofegante e alívio: acordada estava. 


sexta-feira, outubro 25, 2013

1

Achei que esse momento não fosse acontecer. Muita vontade de escrever e nenhuma caneta. 
Ela gosta assim, papel e caneta. Nada de computador, digitado, não. Bem no meio do engarrafamento na Vila e ela futucando a bolsa a procura de um papel, papel é difícil de achar, não caneta. Só no engarrafamento pra escrever. Escrever vem junto de ler e ler em ônibus a deixa enjoada.


sábado, junho 22, 2013

a parte pelo todo












(todas as imagens foram retiradas do site weheartit.com)