sexta-feira, novembro 08, 2013

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     Ela estava sem ventilador então dormia com as janelas abertas. Todos os dias. Nesse calor que é o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, janelas com grades. Abriu os olhos e viu um homem olhando pra ela do terraço do vizinho. O susto, que é pânico pontual. Queria gritar, correr. No mínimo acordar. Claro, não dormia direito a duas noites seguidas afundadas no corrosivo vício. O ocorrido era um pesadelo afundando em outro pesadelo, um coma. Raciocinava em pânico e não conseguia se mover, nem voz tinha. Mente acordada, corpo dormindo. Deslindando, coma. Deve ser assim estar em coma, pensou. Seria a ansiedade dela? Ela não costuma ter problemas pra dormir, dorme que é uma beleza. Mas naquela noite pelejou. Não dormia. Que contradição! Tudo que ela queria há uma hora atrás era dormir e quando conseguiu, queria acordar. Finalmente! Correu em desespero para o banheiro. Seu totem é água gelada na cara. Pra confirmar que não é um pesadelo ainda. Respiração ofegante e alívio: acordada estava. 


3 comentários:

  1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralisia_do_sono

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  2. Bom dia , amanheci querendo ler coisas novas , há muito tempo tenho um blog sempre escrevi mas nunca me preocupei em add amigos. Espero que esteja tudo bem se quiser e gostar siga o meu blog também. Abraço

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  3. Olá! É um prazer tê-lo por aqui! Volte sempre, PL! :)

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