quarta-feira, julho 28, 2010

28/07/2010


Estava aprendendo "knockin on heaven's door" do Bob Dylan no violão quando minha mãe me chamou para contar algo que preciso compartilhar agora. Ela me contou uma parte da história de um alguém, provavelmente a única que ela sabe, a parte ruim da história desse alguém...
Ele é um viciado em crack e por estar em crise de abstinência, foi internado no hospital onde minha mãe trabalha. Ele gritava, se rebatia em seu leito. Ele não enxergava. Ele não enxergava.
Todos tentavam segurá-lo mas ninguém conseguia. Nem mesmo os seguranças. E então minha mãe resolveu tentar acalmar a situação...
Ela chegou perto do ouvido dele e o chamou pelo nome... O relato dela diz que ele não a enxergava, ouvia mas não enxergava, e foi isso que me chamou a atenção.
O desejo torna-o cego. Ele não enxerga nada além do desejo dele. E as pessoas só enxergam a fúria.
Minha mãe pediu para que eu contasse isso para quem eu soubesse que tem algum envolvimento com drogas. Sei que tem... Se você também sabe, conte sobre como as drogas cegam, por favor.

6 comentários:

  1. Muito bom seu post, pena que eu não conheça nenhum usuário de drogas *euacho*
    Já to seguindo, depois passa lá no meu (:
    Beijoos ;*

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  2. Legal mesmo seu post... mas como sua mãe mesma disse, não podemos esquecer que nós as vezes também ficamos cegos, só vemos o erro, esquecemos de ajudar.

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  3. Não uso drogas, apenas bebo as vezes, porém já namorei com uma viciada em cocaína, a situação é muito complicada, ela chegou numa fase em que foi cobrada e ameaçada por trafiantes, eu e meus amigos já fomos obrigados a esconde-la em alguns lugares e conversar com os "caras" para que esperassem um pouco mais. Fizemos uma "vaquinha" para pagar a dívida, que nem era tão alta, o problema é que em vez de pagar, ela comprava mais em outras bocas e talz. Felismente, ela se libertou dessa maldição. O mais engraçado é que depois em vez de agradecer, falou que parou de usar por que tinha tudo sobre controle, rs. Hoje, infelismente, não namoro mais com ela, nem sei como ela está atualmente, não sei se ela teve alguma recaida ou algo do tipo. A cegueira é o maior desafio do vício, além de achar que tem o controle dele, o víciado ainda deixa de ter medo da morte, passa a ser agressivo e a recusar qualquer ajuda. Deprimente!

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  4. Obrigada, Raíssa! =)

    Mine, adoro seus comentários pq vc sempre enxerga algo além do que está escrito. ^^

    Anônimo (que talvez eu saiba quem é), realmente é deprimente! Acho que o viciado, seja lá qual for o vício, precisa querer ser ajudado. Precisa estar arrependido e ciente que não quer voltar ao vício, senão, não vale o esforço em ajudar, neh? =/

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  5. Em tempos cabeça vazia cheguei a experimentar algumas coisas: haxixe e coca. Bebo um bucado até hoje. Fumei durante uns 2 anos, se você for somando o pára e volta. Das mais pesadas que tomei, nunca tive uma abstinência muito forte, mas o perigo de verdade é esse, a certeza de que aquilo não te faz falta pode fazê-la aparentar perigosamente inofensiva. Você passa a brincar com coisas seríssimas, infantilmente achando que tem o controle, tenhos amigos que estão nessa merda até hoje.
    Felizmente tenho família e amigos excelentes, me afastei das pessoas que me ofereceram isso, mas tenho uma mágoa grande de não ajudar. É egoísmo, mas quando você vê que sua vida tá encaminhada, estuda numa instituição federal, decidiu fazer o que ama, é bem difícil parar pra notar os outros, imagine carregá-los e tomar as dores, aguentar junto então.....Tenho raiva de mim por ser egoísta assim, mas quem não é? É uma pena que tenha que ser assim, mas eu estou no lado neutro dessa inteção, tanto faz como tanto fez, num sou eu quem tá ferrado, né?
    Dona Deslinde me ajudou numa quase recaída, sou grato por ela até hj, :)

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